Um dia depois de rejeitar as contas de 2014 da presidente Dilma, o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes (foto), relator do processo, disse ontem (8), em Belo Horizonte, que o Ministério Público já trabalha com o TCU na investigação das contas de 2015 do governo e que “há indícios muito fortes” de que as “pedaladas fiscais” continuaram neste ano. “Alguém tem que ter coragem de dizer que, se não arrecadou, não pode gastar mais. Vai pedalando vai pedalando e chega uma hora que a bicicleta quebra”. As declarações do ministro foram em entrevista em São Paulo e Belo Horizonte, onde participou do Congresso Internacional de Controle de Políticas Públicas, realizado pelo Instituto Rui Barbosa. Nardes chegou ao local do evento, o Minascentro, escoltado pela Polícia Militar de Minas Gerais. Ele alega ter recebido ameaças durante todo o processo de análise de contas. “Recebi muitas ameaças por e-mail e telefone. Diziam querer acabar comigo. Então pedi proteção”. Para ele a decisão do TCU foi histórica e muito triste para a nação brasileira. “Chegamos a temer que pudesse ter sido estabelecida uma mordaça no TCU, mas felizmente conseguimos terminar nosso trabalho”. Pelos cálculos do TCU foram usados R$ 106 bilhões sem o Congresso tomar conhecimento.