Os governadores irão se engajar na discussão com parlamentares sobre a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), afirmou ontem (15) a o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Segundo o líder, a informação de que governadores irão se envolver foi repassada pela própria presidente Dilma Rousseff em reunião com líderes aliados na Câmara na manhã dessa terça-feira. Na véspera, Dilma teve um jantar com os governadores. “O que a presidente nos informou é que a reunião com 19 governadores foi muito boa e que eles iriam nos procurar nesta quarta-feira, aqui na Câmara, para discutir de que forma eles se engajarão”, disse Guimarães (foto) a jornalistas. “A reunião, pelo que nos foi informado, teve duas questões centrais. A primeira foi essa, dizer que eles. querem discutir a questão da CPMF”, afirmou. Durante o jantar da noite de segunda-feira entre a presidente e os governadores da base aliada ficou acertado que qualquer elevação da alíquota na CPMF acima dos 0,20 por cento que será enviado pelo governo ao Congresso poderá ficar com os Estados. Essa foi a proposta feita pela presidente e pelos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Fazenda, Joaquim Levy, em troca de apoio dos governadores à criação do imposto, parte central da nova leva de medidas de ajuste.
Reunião para acertar detalhes
Uma nova reunião de todos os governadores deve acontecer nesta quarta-feira, em Brasília, para que possam discutir uma proposta a ser levada em conjunto para o Congresso. Segundo o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, do PMDB, está prevista uma outra reunião, na quarta-feira da próxima semana, para retomar o assunto. “Eu acho que temos de ter uma nova fonte de recursos para o pagamento das aposentadorias. Não sei se é a CPMF, e se o Congresso aceitará. Mas temos de ter um recurso que financie a aposentadoria dos estados. O déficit é muito grande. Todos os estados têm problemas sérios nas suas previdências”, disse o governador em nota divulgada por sua assessoria. Estrangulados pela queda na arrecadação e cheios de dívidas, os governadores já haviam declarado que apoiariam a criação da CPMF desde que levassem uma parte. A ideia inicial do governo, que chegou a ser discutida com alguns governadores, era de recriar a CPMF com a alíquota que vigorava até 2007, de 0,38 por cento. Disso, 0,35 por cento ficaria com a União, 0,02 por cento com os Estados e 0,01, com os municípios. A decisão final, no entanto, foi apresentar uma alíquota menor para garantir a parte da União e deixar aos governadores que negociem com os parlamentares o que for possível