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Paulo César de Oliveira
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Ontem na entrada do plenário da Câmara Federal o deputado federal Heráclito Fortes encontra-se com o senador Lindbergh Farias que foi lhe dizendo “olha aqui o líder da conspiração”. Heráclito Fortes (foto), um político competente e experiente, foi curto e grosso: “Lindbergh, o novo governo, com toda certeza, vai lhe tratar melhor que o Mercadante”. O senador pelo Rio não gosta nem um pouco do seu companheiro de partido.

 

Ordem do dia

Este movimento do impeachment mal começou. Enquanto se sentir acuado, Renan Calheiros sentar-se no processo, por quanto tempo puder, se o clamor popular não o obrigar a agir. Por outro lado, ficou bem claro que Lewandowski, sempre ele, posando de magistrado, não omitiu o seu recado de que “a porta ficará sempre aberta” para tratar de eventual tipicidade dos crimes julgados. Ainda que tenha a complacência de um ou outro ministro menos sintonizado com os anseios da nação, para que se faça a justiça, o país passou a acreditar que nossa Suprema Corte, em sua esmagadora maioria, não se amesquinha diante daquilo que Lula chamou de falta de gratidão.

 

Por outro lado…

É bom lembrar que a porta continua aberta, também, para a operação Lava Jato. Com imenso respaldo da população o juiz Sérgio Moro deve estar captando os sinais de toda essa movimentação cujo desaguadouro natural consistirá no surgimento de novas delações, além de algumas correções naquelas já levadas a cabo. O fenômeno do “efeito manada” determinará a extinção do “efeito mamada” até aqui praticado, com absoluta falta de cerimônia, pelos delinquentes, no poder. Os castelos de areia por eles construídos não resistirão ao advento das marés purificadoras que aí estão a nos lembrar de que os traidores do povo brasileiro, onde quer que se encastelem, não iram abalar nossas convicções e esperanças. Agora que se torna explícito o que antes era só sussurrado, as delações da OAS e da Odebrecht se constituirão na pá de cal que ajudará a decompor o cadáver da corrupção que, ainda, assombra o nosso país.

 

O Supremo, tal qual fênix

Joaquim Falcão, interpretando, à sua maneira, os motivos que levaram o STF a marcar aquela histórica sessão extraordinária para resolver as questões do impeachment, nos diz, que nossa Suprema Corte fez isso para salvar a si próprio e “para sair de seu labirinto”, repleto de liminares com ações diversas para um mesmo fim. De quebra manifesta sua torcida para que nasça deste momento dramático um novo Supremo com as seguintes características: que seja raro porque excepcional; que seja terminativo, porque último; que valorize o plenário e não as individualidades; que seja ágil, porque escapa das armadilhas processuais das partes, inclusive congressistas.

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