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Revide com independência

Paulo César de Oliveira
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A ministra Cármen Lúcia, ao sair em defesa da magistratura, exigiu respeito, em referência clara aos atos anacrônicos do presidente do Senado Renan Calheiros, ao chamar o juiz da 10ª vara Federal de Brasília de “juizeco”. De quebra não aceitou convite do presidente da República, que pretendia ser o mediador do belicoso conflito entre Judiciário e Legislativo. Diferentemente do cordato Ministro Lewandowski, a Ministra Cármen (foto) não mordeu a isca e nem caiu na arapuca. Por isso, Temer e Renan continuam apavorados com o andar da carruagem, que vai fazer uma parada estratégica na Operação Lava Jato. A juíza mineira entende que quanto mais o Judiciário ficar quieto no canto da Praça, melhor será para a hecatombe que se aproxima. Já Renan parece não ter percebido que ao lado do risco que você admite correr, existe aquele que não se pode correr jamais.

 

Fugindo do inevitável

Todo esse encontro estava sendo armado para evitar o constrangimento de ser afastado do comando do Senado. Renan pediu ajuda a Michel Temer para adiar a sessão de 3 de novembro, quando o STF deve decidir que réus não podem ocupar a presidência de uma das Casas. Michel Temer não foi capaz de ajudá-lo. Alexandre de Moraes também não. Ai, conversa vai, conversa vem, especula-se que quando Renan pediu a cabeça do ministro, em tese, ele estava tentando evitar que sua cabeça estivesse a prêmio. Carmen Lúcia decidiu pautar para a próxima semana o julgamento de ação que pode alijá-lo da presidência da casa legislativa, seguindo o mesmo ritual de degola que apeou Cunha da presidência da Câmara iniciando sua via-crúcis rumo à prisão.

 

Renan quer guerra

Ao final da tarde de ontem, em discurso no plenário, Renan Calheiros disse que “recomendará” a Rodrigo Maia a votação de uma PEC aprovada no Senado em 2013, que acaba com “a aposentadoria compulsória com recebimento dos vencimentos para o Ministério Público e para o Judiciário, nos casos de condenação por improbidade”. Segundo ele, em sua declaração de guerra ao STF, “é um absurdo que essa prática continue a acontecer no Brasil.” Nesse particular, eu também acho…

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