As alterações na proposta de reforma da Previdência do governo deixaram o projeto limitado, segundo o ex-ministro da Previdência, Roberto Brant (foto). Para ele, que é um dos colaboradores do governo em relação ao tema, a reforma deveria ter sido mais profunda. Brant considera muito alto o comprometimento de 11% do PIB com o pagamento da Previdência e critica os que consideram que as aposentadorias rurais é que provocam o rombo na arrecadação. Brant também considera um escândalo que em pleno século XXI , as pessoas se aposentem com menos de 60 anos. Ele entende que os policiais militares, por exemplo, merecem aposentadoria especial, com idade diferenciada, desde que a idade limite não seja menor do que 60 anos, o que significa 5 anos a menos do que o limite para o restante da população.
Sem apoio
Apesar das reclamações de Roberto Brant, o governo enfrenta problemas maiores do que a desfiguração da proposta inicial. Temer enfrenta resistências para conseguir o número necessário de votos para aprovar as mudanças na Câmara Federal. O presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, afirmou ontem, que o Temer perdeu força dentro do Congresso Nacional com as ameaças do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de apresentar uma nova denúncia contra ele. Maia disse que se Janot cumprir a promessa, a denúncia será analisada e julgada rapidamente. Até o final de setembro terá passado pelo plenário.
