O nome do procurador-geral da República, Rodrigo Janot (foto), foi aprovado na Comissão de Comissão de Constituição e Justiça do Senado após uma sabatina que durou mais de 10 horas, ontem (26). Logo no início o procurador-geral foi abordado pelo senador Fernando Collor de Melo, PTB-AL. Collor, que é denunciado em um dos processos da Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, questionou o fato do MPF ter alugado um imóvel, em Brasília, por R$ 67 mil mensais, que não tinha o devido alvará e por ter contratado sem licitação uma empresa de comunicação, durante a sua gestão no MPF. Irritado, Collor foi o primeiro a chegar na Comissão e ficou a poucos metros do sabatinado. Durante os seus questionamentos, bateu boca com o procurador-geral e foi protagonista do momento mais tenso da sabatina. Mas acabou se retirando, sem ouvir todas as respostas para as indagações que fez. Durante o tempo em que esteve respondendo aos senadores, Janot defendeu a delação premiada como instrumento decisivo nas investigações para desmontar organizações perigosas. Para ele essa colaboração é importante por permitir se conhecer a organização criminosa nas suas entranhas. Rodrigo Janot lembrou durante a sabatina, que a Itália conseguiu desativar a máfia siciliana a partir das revelações do delator Tommaso Buscetta, nos anos de 1980. Ele era um dos mais importantes membros da Cosa Nostra e foi preso pela Polícia Federal em São Paulo, em 1983. Janot também negou que os trabalhos na Lava Jato tenham prejudicado a economia. “Essa questão do combate à corrupção, muita gente diz assim: “vi num jornal, não lembro qual foi, que está havendo um impacto no PIB, da atuação da Lava Jato”. Não. A atuação da Lava Jato não impacta o PIB, o que impactou o PIB foi a atuação criminosa, em detrimento da Petrobras, não a atuação da Lava Jato. O que a gente faz, simplesmente, é investigar”. No final, saiu com a aprovação para continuar à frente do Ministério Público Federal.