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Sarney, na visita como militante, não assina termo para Samarco voltar com suas atividades

Paulo César de Oliveira
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A angustiante espera para a prefeitura de Marina ver o retorno das atividades da Samarco está longe de terminar. O novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), visitou, pela primeira vez Minas Gerais, após ser reconduzido ao ministério que ocupou durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e fez de sua ida a Mariana uma atividade de militante dos movimentos ambientalistas. Ele decidiu não assinar termo de conformidade que concede licenças para que a Mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, volte a operar. Depois de sobrevoar a área atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro, Sarney Filho (foto) se reuniu com o prefeito da cidade, Duarte Júnior (PPS). Ele disse ao prefeito que não quer participar, por enquanto, de atos que promovam a volta das atividades da Samarco. Com um discurso militante, demonstrando total desconhecimento do assunto e que sua vinda a Minas foi apenas uma ação de marketing pessoal disse não se sentir a vontade para tratar do assunto “Eu não me sinto à vontade para participar de nenhum ato, ainda que possa concorrer para facilitação da volta das atividades. Enquanto não tiver certeza, enquanto não tiver convicção de que a tragédia está encerrada e de que novas providências de segurança serão tomadas, eu não vou entrar nesse assunto”. Sarney, no entanto, não anunciou qualquer providência para ter as respostas que afirma necessitar. Jogou para a militância e para ocupar espaço na mídia.

 

Pendências ambientais

Mas não é só o ministro que resiste em permitir o retorno das atividades da mineradora. A secretária de Estado de Meio Ambiente Minas Gerais, Maria de Fátima Dias Coelho, também não assinou o termo. A secretária comanda hoje a secretaria que se manteve omissa diante do problema e que ainda não explicou à sociedade as falhas na fiscalização da represa. O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, cobrou a autorização para a volta das atividades da Samarco. Ele reclama que ainda faltam as licenças ambientais, e que a falta delas será respeitada, mas lembrou que “se não tiver urgentemente intervenção do governo federal e do governo do estado em relação à nossa receita nós não conseguiremos manter os nossos compromissos”. A arrecadação mensal de Mariana caiu de R$ 26 milhões para R$ 15 milhões, com a paralisação das atividades econômicas na cidade o que resultou no aumento do desemprego. Mariana espera agora que o ministro se convença, com base em que não se sabe, e autorize a volta da atividade mineradora.

 

Encontro com Pimentel

Depois da sua passagem por Mariana, o ministro Sarney Filho esteve com o governador Fernando Pimentel (PT). Ele entregou ao governador mineiro uma cópia do relatório final da comissão externa da Câmara dos Deputados sobre o rompimento da barragem. Sarney Filho foi o primeiro ministro do governo Temer recebido por Pimentel, um dos mais próximos aliados da presidente afastada Dilma Rousseff.

 

Fundo de investimentos

Antes do encontro com o ministro Sarney Filho, o governador Fernando Pimentel lançou, em Santa Rita do Sapucaí, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios no valor de R$ 50 milhões para empresas do polo eletrônico da região. O governador se comprometeu em liberar os recursos em 36 meses para o setor eletroeletrônico no polo de Santa Rita do Sapucaí – que engloba também os municípios de Pouso Alegre, Varginha e Itajubá e é integrado por mais de 150 empresas.

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