A coalizão governista no Senado pode não ter como barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se sua abertura for aprovada pela Câmara dos Deputados, admitiram senadores do PMDB nesse domingo. “Se a Câmara dos Deputados não bloquear o impeachment, então nós, no Senado não temos como fazer isso”, disse um senador, que pediu anonimato, acrescentando acreditar que a presidente será destituída do cargo. Reportagem do jornal O Estado de São Paulo, publicada ontem relata que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a interlocutores que não tem condições de barrar o afastamento da presidente Dilma Rousseff caso a Câmara dos Deputados tome essa decisão. Segundo o jornal, Renan (foto) avaliou com pessoas próximas a ele que, se acontecer da Câmara aprovar o relatório pelo impeachment, haverá uma “onda” que certamente resultará na cassação da presidente. Pelo rito do processo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo com a Câmara a favor do impeachment, o Senado pode não instaurar o processo. Os senadores vão decidir isso por meio de votação de maioria simples. A Câmara dos Deputados instalou na semana passada a comissão especial que analisará se será dada autorização para abertura de processo de impeachment contra a presidente. O parecer da comissão será apreciado pelo plenário da Câmara, sendo necessário dois terços – ou 342 votos – para autorizar a abertura do processo.
Base governista vai se concentrar em Brasília para tentar barrar impeachment
Os deputados federais, da base de sustentação da presidente Dilma Rousseff, vão se concentrar esta semana, em Brasília, para tentar barrar o impeachment na Câmara Federal. A ideia é a de deixar as questões regionais para serem definidas em outro momento, concentrar toda a atenção às manobras do presidente da Câmara dos Deputados e garantir um número suficiente de deputados para evitar surpresas. A deputada Jô Moraes participou de um ato contra o impeachment, ontem, em Belo Horizonte, e hoje retorna à capital federal para ajudar nos trabalhos da base.
Prazo para a presidente Dilma apresentar sua defesa corre rápido na Câmara dos Deputados
A semana começa tensa na Câmara Federal. Para avançar rapidamente no prazo para que a presidente Dilma entregue a sua defesa no processo de impeachment instaurado na Casa, o presidente Eduardo Cunha convocou sessão para esta segunda-feira. Qualquer sessão deliberativa que tiver quórum conta como prazo. A presidente tem 9 dias para apresentar a sua defesa. O prazo começou a correr na sexta-feira. Cunha também marcou uma reunião do colégio de líderes nesta segunda-feira para definir uma pauta consensual. Para ele, “depois que se chega a este estágio, o melhor para todos é que se resolva com celeridade”.