O ministro das Relações Exteriores, José Serra (foto), vê como “indiscutível” a existência de um fator positivo das expectativas com relação à economia brasileira que contribui para que as melhoras se realizem. “Ou seja, acreditar que a economia vai bem ou mal, faz com que isso se torne realidade no sentido de decisões de investimentos como o gasto do consumidor que ainda tem dinheiro para gastar. Quando a incerteza predomina, as pessoas postergam suas despesas. O Brasil viveu isso de maneira didática de 2015 para cá”, afirmou. O chanceler, que falou a empresários ontem, na Federação das Indústrias de São Paulo-Fiesp, destacou que – a curto prazo – é possível que a inversão do pensamento negativo ainda não seja plena, mas ajuda na desaceleração do processo depressivo pelo qual a economia passava. Para Serra, há um avanço na trajetória da curva de recuperação porque o governo do presidente interino Michel Temer tem mais apoio no Congresso Nacional. “Temer foi presidente da Câmara dos Deputados três vezes e sabe como se dirigir a eles e como se articular. Um dos fatores de fragilização do governo Dilma era a falta de apoio no Congresso. Não que o governo atual possa fazer o que bem entender, mas já mudou.” As escolhas de Temer para a direção da Petrobras, Banco Central e BNDES ajudaram a desencadear um fator de credibilidade perante os agentes econômicos. “O efeito foi muito positivo com a ideia de que é gente bem preparada. Claro que eles não vão fazer milagre em dois ou três meses, mas isso abre uma perspectiva. Inclusive, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está sabendo lidar com essas expectativas e abrindo uma ideia de política econômica mais serena. Isso tem ajudado o governo e a economia.”