Se alguém estava esperando um presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), pronto para entrar no campo de batalha e enfrentar o presidente Lula a qualquer preço, acabou frustrado. Campos Neto deu mostras de boa vontade inclusive para com os deputados do PT, que querem que ele vá ao Congresso Nacional se explicar. Segundo ele, essa é uma de suas funções e mais do que isso, pediu aos investidores “boa vontade para com o governo Lula: “o investidor é muito apressado, afoito. Acho que a gente tem que ter mais boa vontade com o governo, 45 dias é pouco tempo. O ministro Haddad tem tido uma boa vontade enorme”. Mesmo com esses acenos, o presidente Lula continua forte com o seu objetivo de tirar Campos Neto do BC. Mas o PT enfrenta dificuldade para aprovar o requerimento para levá-lo ao CN para explicar as taxas de juros.
Roda viva
Sentado na famosa cadeira giratória do programa, no centro do cenário, Roberto Campos Neto fez questão de lembrar que era sua primeira vez ali, onde o seu avô, o economista Roberto Campos, um dos criadores do BC, esteve pela última vez em 1997. No mesmo dia em que lideranças do PT pediram “fora, Campos Neto” e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizia que os juros no Brasil estão totalmente fora de propósito, o presidente do BC pregou “harmonia”, mas sem abandonar os alertas para riscos fiscais, campo minado na relação com o novo governo. O tom foi conciliatório. Campos pregou o diálogo, disse querer trabalhar em “harmonia” com Lula e prometeu fazer de tudo para aproximar o BC do governo. Vendeu uma pauta social do BC ao presidente da República, após reconhecer a legitimidade das últimas eleições e afirmar que sua gestão não tem atuação política. (Foto/reprodução internet)