Situação do Brasil é cada vez mais crítica

Estamos em novembro e a situação política, econômica e moral só piorando. Vejam o ainda presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha- depois de tantas denúncias envolvendo seu nome e de seus familiares- negociando para se manter no cargo, utilizando-se de todos os artifícios para protelar ao máximo a tramitação de pedidos de seu julgamento pelo Conselho de Ética da Casa. E mais, negociando a não apresentação dos pedidos de impeachment da presidente Dilma, num acordo de mútua blindagem. A economia, como mostram os números, está derretendo, deixando o empresariado nacional apavorado. O mercado não nota nenhuma reação do governo federal que parece estar anestesiado, como é o caso da própria presidente, que, ao que parece, perdeu o rumo. Até mesmo em seus pronunciamentos, nota-se a falta de continuidade no raciocínio. Como disse o pernambucano Jarbas Vasconcelos (foto), em brilhante entrevista para a Folha, ela está completamente fora da realidade. Há uma falta de rumo, um desgoverno, que até o ex-presidente Lula já reconheceu publicamente, e ninguém se atreve em dizer o que poderá acontecer amanhã. Afinal de contas, ela foi reeleita há um ano, dizendo que faria uma coisa e está fazendo outra. Dilma tentou buscar no Congresso a aprovação das medidas fiscais e até agora, desarticulada politicamente, não conseguiu nada. Confesso que há muito não via o país tão conturbado, sem a menor perspectiva para os próximos meses- para não dizer dois anos- como preveem os economistas. O ex-presidente Lula, atingido pela Lava-Jato, através do filho, anda dizendo que vai bater e defender a Dilma. No fundo, estará apenas se defendendo. O Senado, que poderia ser o contraponto aos desvarios da Câmara, continua presidido por Renan Calheiros, que não se difere em nada de Eduardo Cunha. Politicamente, o que nos resta? Se não há alternativa de solução política, o que fazer? Apelar para o Judiciário? E esperar quanto tempo?