O Ministério Público da Suíça fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para transferir ao Brasil “milhares” de documentos, extratos e informações sobre as contas envolvendo políticos e outros suspeitos na Operação Lava Jato. Pelo entendimento informal, o Brasil será autorizado a usar os dados para processar suspeitos não apenas por corrupção, mas também por sonegação fiscal e evasão. Nas contas estão pelo menos US$ 800 milhões depositados no país europeu. O acordo foi fechado, numa reunião de quatro horas entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e Michael Lauber, seu homólogo suíço. Para o país europeu, que não penaliza a sonegação no exterior por um estrangeiro, o entendimento é “revolucionário” e permitirá que “dezenas de suspeitos” sejam punidos. Os suíços informaram que já bloquearam US$ 800 milhões em mais de mil contas suspeitas. Os correntistas são políticos, executivos e doleiros envolvidos na Lava Jato. Fontes em Berna, porém, temiam que, para chegar às provas sobre corrupção, os processos poderiam levar anos.