O presidente Michel Temer disse ontem não acreditar na condenação de seu recém empossado ministro do Turismo, Marx Beltrão (foto), réu em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Beltrão foi denunciado pela Procuradoria da República por ter apresentado ao governo federal comprovantes previdenciários com informações falsas, na época em que era prefeito de Coururipe (AL). “Tudo indica, pelos precedentes, que não haverá condenação”, disse Temer em entrevista concedida à rádio Gaúcha. O presidente contou que, antes de nomear Beltrão para ministro, verificou o caso e consultou parecer do jurista Aristides Junqueira. Além disso, acrescentou o presidente, o caso não tem qualquer relação com a Lava Jato. “É uma coisa quase em função de matéria administrativa. É basicamente isso”, disse o presidente ao negar que o caso possa resultar em desgaste para o governo federal.
Lava Jato
Perguntado se afastaria do cargo ministros que venham a ser investigados pela Lava Jato, Temer disse que, até o momento, não precisou tomar essa atitude, uma vez que os próprios ministros envolvidos costumam pedir para sair do cargo. “Sabe que eu não afastei nenhum ministro até o momento? Quando houve a menção, eles próprios vieram e disseram que não queriam continuar no governo. Acredito que, se houver algo nesse sentido, qualquer ministro vai pedir para sair”, disse ao reiterar que não fará qualquer tipo de interferência tanto na Lava Jato como no Judiciário: “O Executivo não pode interferir no Judiciário. Respeito solenemente as decisões do STF”. Na entrevista Temer reiterou não ter preocupação com a queda de sua popularidade em função de algumas medidas que o governo vem tomando. “Não estou minimamente preocupado com popularidade. Minha preocupação é com políticas e ações que combatam o desemprego”, disse ele. “Nós precisamos recuperar o Estado agora para que, em 2018, quem assumir, possa pegar um Brasil mais adequado”, acrescentou. Ele negou que, entre as medidas em estudo pelo governo, haja alguma voltada para aumento de impostos ou desonerações: “Nós não vamos fazer nenhuma desoneração. Nós não estamos, também, pensando em aumento de tributos”.