O presidente interino Michel Temer (foto) aproveitou o anúncio de um reajuste de 12,5 por cento no valor médio do Bolsa Família para defender nessa quarta-feira a importância dos programas sociais. A presidente afastada Dilma Rousseff havia anunciado no dia 1º de maio um reajuste de 9 por cento no valor médio do Bolsa Família e poucos dias depois assinou um decreto nesse sentido, mas o aumento acabou não se concretizando, segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. “Alardeava-se também que nós iríamos prejudicar os direitos sociais, e está aqui o Osmar Terra anunciando uma revalorização do Bolsa Família”, disse Temer em cerimônia no Palácio do Planalto. “Parece pouco, mas é de uma importância fundamental para aqueles que estão na pobreza absoluta.” Na ocasião em que Dilma anunciou o reajuste de 9 por cento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que o governo havia perdido “o parâmetro de qualquer conta”, alegando que estava executando despesas numa tentativa de desequilibrar ainda mais o Orçamento público.
Déficit, até quando não se sabe
Depois do afastamento de Dilma, o governo Temer conseguiu o aval do Congresso para um déficit primário do governo central de até 170,5 bilhões de reais. O presidente interino disse, no entanto, que seu governo trabalha ativamente para reduzir aos poucos o déficit público até conseguir eliminá-lo. “Nós temos, permito-me dizer, um déficit muito grande nesse ano, que não será recuperável rapidamente, nós nem sabemos o que pode acontecer no ano que vem, mas pouco a pouco nós vamos tentando reduzi-lo e para que em anos, quem sabe, nós consigamos eliminá-lo”, disse. Praticamente ao mesmo tempo, em outro evento em Brasília, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o déficit de 2017 ficará acima de 100 bilhões de reais. O governo anunciou ainda a liberação de 740 milhões de reais para a educação. Ao encerrar o discurso, Temer voltou a defender a necessidade de pacificação do país e mostrar confiança de que o Brasil vai sair da crise.