Debaixo de críticas de empresários, economistas e políticos pelo reajuste de impostos sobre combustíveis, o presidente Temer se reuniu ontem, durante quase quatro horas, em sua casa, em São Paulo, com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (foto). Na última quinta-feira a Fiesp divulgou nota assinada por Skaf afirmando estar “indignada” com a decisão da equipe econômica de aumentar impostos para tentar cumprir a meta fiscal de 2017. O governo elevou o PIS/Cofins sobre os combustíveis e espera arrecadar mais R$ 10 bilhões com a medida. A entidade criticou ainda o aumento de gastos do governo e afirmou que a alta dos tributos não vai resolver a crise, mas agravá-la ainda mais. Skaf é do PMDB, mesmo partido de Temer. Além de Skaf, Temer recebeu o economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, e seu advogado, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. O advogado defende o presidente das acusações da delação da JBS. Recentemente ele declarou que Temer não cometeu crime e que a denúncia de corrupção passiva da Procuradoria-Geral da República é baseada em suposições. Também o ministro Henrique Meirelles esteve na casa do presidente.
Encontros para estancar críticas
Os encontros fora de agenda, ontem, foram em busca de apoio político para enfrentar a votação, no Plenário da Câmara dos Deputados, do pedido de autorização para que o STF abra um processo contra ele, o que provocaria o seu afastamento do cargo. Temer busca também minimizar as críticas contra o reajuste de impostos, evitando assim dar palanque á oposição. A conversa com Skaf e com Delfim foi para explicar as razões das medidas que a equipe econômica considera indispensáveis. A partir de hoje o presidente deve intensificar, em Brasília, os contatos com parlamentares para assegurar os votos necessários para barrar o andamento do processo contra ele. A leitura do parecer da CCJ que é contra a concessão da licença, portanto favorável ao presidente, está marcada para a reunião plenária do dia 2 de agosto.