Irritado com as instabilidades da base de apoio da presidente Dilma no Congresso Nacional e com as críticas ao Governo Federal, feitas por peemedebistas simpáticos ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o vice-presidente Michel Temer decidiu ser mais enfático na demonstração de seu descontentamento com essa situação. Desde que assumiu a coordenação política do governo, Temer tem buscado atender as demandas da base. Mas o maior problema enfrentado por ele não seria com o PMDB, mas com o PT, partido da presidente Dilma. Peemedebistas acusam o ministro-chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante e a cúpula petista de descumprirem todos os acertos costurados pelo vice-presidente. Temendo o acirramento dos ânimos no retorno dos trabalhos na segunda-feira (3), Michel Temer (foto) cobrou unidade do PMDB, o fim do radicalismo e o cumprimento do seu papel histórico de fiador da governabilidade. "É precisamente neste momento que, nós, acima de partidos, de organizações, temos que pensar naquilo que é motivo da nossa ação. Temos que pensar no país. Posições radicalizadas não resolvem os problemas". O discurso, em tom de desabafo, aconteceu nessa sexta-feira (31), em um evento do PMDB em São Paulo, quando lembrou o apoio do partido ao governo Lula e também ao de Fernando Henrique Cardoso, PSDB.