O resultado foi exatamente como o previsto. Parafraseando o ministro relator Herman Benjamin, até os índicos não conectados do Amazonas já sabiam que a chapa Dilma/Temer não seria cassada. Eles sabiam também de onde viriam os votos contra e os favoráveis a ela, inclusive aquele voto a favor, mantido apenas diante da certeza de que seria derrotado. Para muitos, a não cassação da chapa, representou a morte da Justiça Eleitoral. Havia elementos de sobra para que ela tivesse o seu registro cassado, fazendo com que Temer (foto) perdesse o seu mandato. Por firulas processualistas, decidiu-se não colocar no processo provas novas, bem mais robustas e evidentes do que as que sustentavam a ação. Optou-se pela saída por uma porta dos fundos, para não jogar gasolina no fogo da crise política que pressiona a crise econômica. Foi uma saída. Pode ter lá suas imoralidades, mas que não joga o país no abismo econômico. Como disse o empresário Modesto Araujo, da Drogaria Araujo, ontem, no Conexão Empresarial, em Tiradentes, o país não pode ficar alimentando sua crise. Não interessa com quem, o importante é que se dê andamento às votações das reformas para criar as condições para um crescimento sustentável. Até o PSDB, autor da ação que denunciava abuso de poder político na eleição de 2014, deve se dar por satisfeito. Afinal sua tese foi reconhecida pelo relator e por uma quase maioria dos ministros. Se não fosse a crise econômica, certamente sairia vencedora. Passado este episódio, é hora de redobrar a prudência. A crise política não acabou. Apenas mudou de endereço. Fica agora no Congresso, onde o campo para espertezas é muito mais amplo. É hora também de juízo dos políticos que não podem aproveitar a situação para sufocar a Lava Jato, como querem muitos, mas muitos mesmo, da totalidade das bancadas.