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Temer diz à presidente Dilma que não vai defender a CPMF

Paulo César de Oliveira
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Mesmo com todos os sinais enviados ao Palácio do Planalto, de que não faria absolutamente nada em defesa do retorno da CPMF, o vice-presidente Michel Temer recebeu um telefonema da presidente Dilma requisitando-o justamente para esta missão. Quem ouviu a conversa disse que o tom cordial com que os dois se tratavam até então foi deixado de lado. O diálogo foi duro e o vice-presidente manteve a sua posição. Em um encontro com empresários paulistas, promovido pela Fiesp, Temer (foto) posou como advogado da classe produtiva, e reafirmou a sua rejeição a ideia de relançamento da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, que viria em uma nova roupagem, mas com a mesma função. Além de ter ouvido as reclamações dos empresários desta e de outras medidas do governo federal, que levaram a economia brasileira à recessão técnica, o vice-presidente disse aos empresários que a crise de confiança é que gera um grande pessimismo e comentou sobre as dificuldades de diálogo do governo com o Congresso Nacional. Para ele, sem apoio do Congresso não se governa. Esse foi o segundo não de Temer à presidente Dilma em menos de uma semana. O primeiro foi ao devolver o cargo de coordenador político do governo e agora o segundo, ao não aceitar defender a proposta no Congresso Nacional.

 

Viver cada semana tentando chegar ao final do mandato

Entre os parlamentares peemedebistas o entendimento é o de que a CPMF pode ser o argumento para que o partido se distancie ainda mais da presidente. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ironizou a decisão da presidente Dilma de reeditar a CPMF, dizendo que ela está conseguindo o que parecia impossível, unir novamente o PMDB. Todos contra a proposta. A oposição também criticou a decisão do governo federal de retornar com a CPMF. A medida está sendo considerada como um ato de desespero, desgoverno e falta de planejamento. “O projeto da presidente Dilma hoje é atravessar a semana. Para ver se de semana em semana, ela chega ao final do governo”, segundo o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves. Ele acrescentou que não há possibilidade de o PSDB votar a favor de qualquer medida que signifique aumento da carga tributária.

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