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Temer quer sentir o partido

Paulo César de Oliveira
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O agora oficialmente ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha (foto) disse, nessa segunda-feira, que o vice-presidente Michel Temer está em silêncio sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma , porque está aferindo qual a posição majoritária do PMDB, partido que preside, sobre o impedimento da petista. “O PMDB é um partido que está literalmente dividido nessa questão. O presidente do partido só é presidente por todo esse tempo, porque soube conviver com essas várias divisões. Eu agora tenho que traduzir aquilo que ele pretende que o partido venha a executar. Como secretário executivo dele, eu tenho que ter a posição igual a dele”. Padilha falou na sala da presidência do PMDB no Congresso Nacional, logo após protocolar sua carta de renúncia no Palácio do Planalto. “Nós temos que ver onde é que está o seguimento majoritário do partido. Neste momento o presidente Michel está iniciando esta aferição. Nós não vamos pensar que o partido é apenas a Câmara dos Deputados e o Senado da República”, afirmou. Segundo o ex-ministro, o partido são as 27 unidades da federação e o que pensa o partido nos 27 Estados. “Este é o sentimento que o presidente Michel está recolhendo, tem que recolher, para poder ter uma posição como presidente do partido”, afirmou.

 

Muitas razões para deixar o ministério

Padilha, que é muito próximo a Temer e deixou oficialmente o ministério nessa segunda-feira, garantiu, por outro lado, que nem ele nem o vice articularão o impedimento de Dilma. Negou também que sua saída do governo tenha relação com a aceitação do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente. O pedido de demissão de Padilha pegou de surpresa o Palácio do Planalto e acendeu um alerta de que a aliança com o PMDB, em um momento que Dilma mais precisa, possa estar fraquejando. O ex-ministro alegou ter razões partidárias, pessoais e funcionais para deixar o cargo e deixou claro que a data de sua carta com o pedido é de 1º de dezembro, antes de o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter anunciado sua decisão de acatar pedido de abertura de impeachment contra Dilma. “Em 1º de dezembro não se sabia ainda que nós teríamos processo de impeachment, não se sabia que nós teríamos nada do que acabou sendo a grande massa de críticas positivas ou negativas em relação ao que acabou, por fim, acontecendo”, disse.  “Portanto, eu tinha e tenho razões pessoais que me fizeram e me fazem ser neste momento o ex-ministro da Aviação Civil”, argumentou o peemedebista.

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