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Temer vai ao exterior sem muita autoridade para defender posições brasileiras. A crise fica aqui

Paulo César de Oliveira
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O presidente Michel Temer (foto) vai hoje para a Rússia, viagem que se estenderá até sábado, incluindo a Noruega. Na pauta discussões de acordos bilaterais sobre comércio, clima, cultura e outros assuntos. Nada que exija do presidente respaldo político, força institucional. Se exigissem, certamente ele não estaria em condições de representar o país. Tem sim o respaldo da lei. Ocupa legalmente a presidência, pois não chegou a ela através de um golpe, como querem fazer crer os que foram apeados do poder por corrupção e agora têm, como peça de defesa, o discurso de perseguidos políticos. O que coloca o presidente numa posição quase subalterna diante dos Chefes de Estado da Rússia e da Noruega, é sua condição de quase réu por corrupção, o que não o torna muito diferente do russo Wladimir Putin. Temer passou por maus momentos antes de decidir pela confirmação da viagem e dos encontros. Não queria estar no exterior quanto fosse enviado ao Supremo o pedido para processá-lo. Ganhou uma sobrevida com o adiamento do prazo para a entrega do pedido. Viaja em plena ebulição política, deixando na presidência da República o Democrata Rodrigo Maia e na presidência da Câmara o peemedebista mineiro Fábio Ramalho, o que lhe dá uma certa tranquilidade. De longe assistirá o sofrimento de um companheiro da base, o senador mineiro Aécio Neves, que amanhã terá o pedido de sua prisão, feito pelo procurador Rodrigo Janot, julgado pela Primeira Turma do Supremo. Aécio tem confidenciado a amigos ter medo da prisão. Muitos até apostam na prisão do tucano, embora a maioria acredite que a 1ª Turma vá seguir a orientação do ministro Edson Fachin e apenas mantê-lo afastado do seu mandato no Senado. Mas Aécio, assim como Lula e todos os políticos denunciados na Operação Lava Jato, já está preso. Ele e os demais denunciados, não podem caminhar nas ruas como qualquer cidadão brasileiro, não podem frequentar restaurantes, shoppings, aeroportos, shows, bares. Eles não podem ir a lugar algum sem serem hostilizados, vaiados, cobrados e xingados. O único convívio que conseguem manter é entre os seus iguais, porque com eles, não há julgamento. A prisão já está dentro deles. E ficará por muito tempo, mesmo que eles não estejam dentro da prisão. Este sentimento de indignação e revolta de parte da população está se exacerbando, como resultado do esperneio dos que, sem instrumentos de defesa, pregam o ódio aos que deveriam ser apenas adversários, mas que vão sendo transformados em inimigos. A radicalização só dificulta o encontro de uma saída para o pais. Eleições diretas, apontam alguns, como solução para nossos males. A proposta pode entrar na pauta da Comissão de Constituição Justiça, presidida pelo mineiro Rodrigo Pacheco, nesta semana. Definida a forma da escolha fica a enorme dúvida sobre quem estará em condições de ser o escolhido. Infelizmente não temos ninguém. O vazio de liderança é total. Os que se dizem líderes não passam de espertalhões

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