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Temer vai ficando acuado e vê aliados importantes se afastando

Paulo César de Oliveira
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A situação política de Michel Temer vai ficando mais complicada. Depois de entrevista do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, destacando a necessidade de o presidente provar sua inocência para manter sua autoridade, ontem foi a vez de Fernando Henrique Cardoso (foto) se manifestar. Em nota enviada ao jornal “O Globo”, ele sinalizou mudança de postura no debate sobre a realização de eleições presidenciais ainda neste ano, caso o presidente deixe o cargo. Ele chega a sugerir que Temer renuncie para permitir a escolha de um novo presidente. “ A ordem vigente é legal e constitucional, mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou um gesto de grandeza de quem legalmente detém o poder, pedindo antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente, exigindo antecipação do voto”. Na nota o ex-presidente faz questão de enfatizar que Temer ocupa o cargo dentro das regras constitucionais e que o país não passou por um golpe para a derrubada da presidente Dilma. Para ele, a antecipação das eleições, que teriam que ser gerais para criar um ambiente político novo, só poderá ocorrer através da aprovação de uma Emenda Constitucional, mas ele não sabe se o simples encaminhamento agora de uma PEC antecipando as eleições, seria capaz de sustentar Temer no poder. “A volatilidade da conjuntura política é de tal ordem, que qualquer prognóstico se torna precário. Vivemos, como diria o Dr. Ulysses sob os impulsos de sua excelência, O Fato”.

 

Se piorar tucanos pulam do ninho

O líder ‘tucano’, que teve forte influência na decisão do partido de permanecer na base política de Temer, defendeu que uma eventual antecipação das eleições gerais seja precedida por mudanças na legislação eleitoral sem, no entanto, precisar quais seriam elas. Fernando Henrique advertiu que a situação exige que os partidos pensem mais no país. “Ou se pensa nos passos seguintes em termos nacionais e não partidários nem personalistas, ou iremos ás cegas para o desconhecido”. Quanto a permanência do PSDB no governo, FHC disse que se o processo de desconstrução contínua da autoridade permanecer, ou se houver alguma tentativa de embaraçar as investigações em andamento, ele não vê como o PSDB possa permanecer na base. A nota do ex-presidente saiu do nada e é vista no meio político como um recado a Temer e uma tentativa de acalmar a dissidência “tucana” que quer deixar já a base do governo.

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