Finda a fase de convenções, os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte iniciam agora a fase de articulações de apoios não partidários. As insatisfações com algumas alianças e até com o desfazimento de outras, vão provocar, certamente, muitas dissidências. Fidelidade partidária, alinhamento automático com o candidato do partido, nunca foi o forte do político brasileiro. Se tiver que apoiar um adversário para conquistar voto, o político brasileiro não troca a casaca. Apoia até o “demo”, como diz o matuto mineiro, para garantir sua vaga. Se tiver segundo turno então, aí é que a coisa desanda e os apoiamentos são os mais estranhos possíveis, aí claro, já não em razão de votos. Faz-se de tudo para assegurar um espaço no futuro governo. Esta eleição municipal tinha tudo para ser diferente, como consequência do que vem acontecendo no país. Tinha, mas o cheiro é de que será igualzinha, se não pior do que as anteriores. Igual porque vamos para mais uma eleição em que se luta pelo poder apenas. Nenhum partido brasileiro tem um programa que possa apresentar à sociedade como tal. São partidos totalmente sem ideologia e os que afirmam ter, cheiram a mofo. Prestem atenção nos discursos. São um amontoado de clichês, centrados sempre na figura dos mais pobres.Todos farão tudo para os mais pobres, como se distribuir migalhas fosse a forma correta de tirar da miséria os milhões de brasileiros que ainda vivem nesta condição e que, infelizmente, só têm como meio de sobrevivência, a permanência na miséria, pois é nesta condição que são assistidos pelo governo. Nada, até aqui, nós dá a esperança de mudanças. Já temos até o candidato fanfarrão de todas as disputas, aquele que promete ao povo que será o diferente, que vai mudar tudo. É o mesmo discurso, lembrem-se, do Collor, o “caçador de marajá”. Mas agora não adianta reclamar. São candidatos os que já estão aí. Se bem que, espera-se, alguns não levem a brincadeira da candidatura até o fim. Embora nas pesquisas sobressaia um ou outro, o jogo está igual. E pode dar de tudo. Mas, se temos muito o que questionar sobre as candidaturas majoritárias, não é diferente em relação as chapas proporcionais. Deem uma olhada nos nomes. Dá um desânimo danado. Enfim, a democracia é assim mesmo.