A emoção da semana fica, novamente, por conta do juiz Sérgio Moro (foto). É que se prevê para hoje uma decisão dele quanto a aceitação, ou não, da denúncia do Ministério Público contra o ex presidente Lula. A força tarefa da Lava Jato reuniu elementos para pedir a condenação do petista por vários crimes relacionados com a compra(?) do tríplex do Guarujá. Em entrevista, o procurador Deltan Dallagnol chegou a acusar Lula de ser o comandante de um esquema criminoso, envolvendo a Petrobras e outras estatais. Por causa disto a defesa do ex presidente recorreu até a organismos internacionais alegando perseguição política. Fez em dobro aquilo que acusou o MP de estar promovendo: show pirotécnico. Hoje, ou ao longo da semana, vamos ficar sabendo o que pensa Moro a respeito do assunto. A não ser este capítulo, que envolve um ex presidente que para alguns, foi, para outros ainda é, a principal liderança política nacional, a Lava Jato vai perdendo a sua força junto ao povo. A demora em se condenar figurões conhecidos, e reconhecidos como corruptos, vai levando-a ao esgotamento e, se é isto que interessa aos políticos, saindo do foco da população. Se a Lava Jato vai esfriando, cansando mesmo o povo, o PT não tem conseguido mobilizar a população em torno de sua proposta de Diretas Já, na realidade apenas um grito vazio, uma expressão de marketing para tentar reagrupar sua militância. Na falta de outro discurso, apela-se para algo sem a menor consistência e com chances zero de se concretizar. Bem ou mal, agora vamos com Michel Temer até 2018 se, claro, a chapa Dilma/Temer não for cassada, em 2017, pelo Tribunal Superior Eleitoral por irregularidades financeiras na campanha, também conhecidas como caixa2. Vejam, corremos o risco de impugnação, em 2017, de uma chapa que correu e venceu as eleições de 2014 e que, portanto, terá exercido por mais de dois anos, um mandato ilegítimo. Somos assim, fazer o quê? Enquanto isto, no Congresso, nas Assembleias e, lógico, nas Câmaras Municipais, nada deve acontecer até o final da primeira semana de outubro. É o chamado “recesso branco”, expressão pomposa para justificar ausência de parlamentares, mais preocupados com as eleições em sua cozinha eleitoral do que com os problemas do país. Fazer o quê?