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Trabalho de convencimento do ex-presidente Lula não está tendo o resultado esperado

Paulo César de Oliveira
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O desembarque do PP do governo, com a maioria de sua bancada optando pelo voto a favor do impeachment e entrega dos cargos que a legenda ocupa, e a adesão dos partidos com os quais o ex-presidente Lula estava contando para impedir a abertura do processo contra a presidente Dilma, esquentaram os ânimos ontem em Brasília. Na onda da boataria, a conversa é a de que mesmo com a fama de bom negociador, o ex-presidente Lula não está conseguindo atrair ninguém, mesmo porque a abordagem tem levantado a desconfiança dos parlamentares chamados para a conversa. A pergunta “o que você quer para nos apoiar”, usada por Lula (foto), tem parecido aos deputados como uma armadilha para tê-los nas mãos. Com isso, o trabalho de convencimento do governo está cada vez mais difícil. Ontem o PRB, que o governo contava como um possível aliado por ter ocupado ministérios nos dois mandatos da presidente, decidiu fechar questão a favor do impeachment. Sua bancada de 22 parlamentares votará a favor do impedimento.

 

PMDB faz as contas de quem está contra e a favor do impeachment na Câmara

O deputado Leonardo Quintão, que estava na lista dos indecisos em relação ao processo de impeachment, não só votou a favor, como filmou o resultado da votação. Amanhã a bancada do PMDB vai se reunir para fazer a contagem dos votos. O último placar dava conta de que dos 67 votos do partido, 50 estavam a favor do impeachment, 13 contra e quatro estavam indecisos. A conta já mudou e pelos cálculos dos peemedebistas, os votos com o governo não devem chegar a 10. O próprio líder da bancada, Leonardo Picciani, deve anunciar que vai seguir a maioria e votar a favor do impeachment. Para conter a sangria, o governo está exonerando os ministros Celso Pansera, de Ciência e Tecnologia, Marcelo Castro, da Saúde e o mineiro Mauro Lopes, da Secretaria Nacional de Aviação para votar contra o impeachment. Mas como diz o ditado, trair e coçar, e só começar.

 

Consultor diz a empresários mineiros que Dilma tem 70% de chance de sofrer o impeachment

Os empresários mineiros estão tão preocupados com a situação política e econômica do país que na última reunião do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg, nesta semana, o cientista político Rafael Cortez foi convidado a fazer uma avaliação da situação. Na conversa com os empresários, disse que o impeachment representa uma janela de oportunidade para retomada da confiança e que a presidente Dilma tem 70% de chance de ser afastada e com isso, não chegará ao final do seu mandato. Rafael Cortez aposta em Temer assumindo o governo e atuando como um presidente com moderado apoio político, que sofrerá com os impactos da operação Lava Jato. Para ele, no pior cenário para a economia, Dilma continua no cargo e o PIB sofrerá quedas consecutivas pelo menos até 2018.

 

Pré-candidatos do PSD fazem trabalho de convencimento dos indecisos

Estarão amanhã em Brasília para trabalhar pelo impeachment da presidente Dilma os três pré-candidatos do PSD às prefeituras de Belo Horizonte, Délio Malheiros, de São Paulo, Andrea Matarazzo e do Rio de Janeiro, índio da Costa. Eles têm se concentrado em ligar para os deputados federais de seus estados, mas amanhã vão para o corpo a corpo. Dos cinco deputados do PSD de Minas, quatro estão a favor do impeachment, Diego Andrade, Jaime Martins, Marcos Montes e Stefano Aguiar. A deputada Raquel Muniz está entre os indecisos. O PSD tem 36 deputados e pelo menos 28 estariam favoráveis ao afastamento da presidente Dilma.

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