Após semanas de tensão em torno do IOF, governo Lula e Centrão encontraram um ponto de convergência: a defesa da economia nacional. O gesto sinaliza pausa no conflito institucional e isola os bolsonaristas que ainda insistem na anistia como escudo contra a taxação prevista para 1º de agosto. Líderes do PP, MDB, União e PSDB avaliam que o episódio pode marcar o início da erosão do bolsonarismo como força mobilizadora, com impacto direto na corrida presidencial de 2026. Mas ponderam: o efeito é volátil. O realinhamento, visto como pontual, tende a se dissipar com o fim da crise. Enquanto isso, o presidente Lula tenta capitalizar politicamente. A votação da isenção do IR para salários de até R$ 5 mil e da PEC da Segurança são apostas de apelo popular. Já a revisão do licenciamento ambiental pode ser derrota amarga para a ministra Marina Silva (foto/reprodução internet). No Congresso, o discurso do “nós contra eles” é visto como contraproducente. A aposta, agora, é no pragmatismo. Se as tarifas se concretizarem, a narrativa muda. Se recuarem, o Planalto sai fortalecido no discurso da soberania — ao menos por ora.