A escolha do nome do deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) para ser o relator do processo contra Temer, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, vai criar problemas para ele no ninho tucano. Os líderes do partido já tinham avisado que não queriam mais um membro do partido livrando a cara de Temer na Comissão de Constituição e Justiça. Na primeira ação, coube ao deputado Paulo Abi Ackel apresentar o relatório alternativo ao de Sergio Zveiter (Podemos), que pedia a abertura da investigação contra o presidente, apresentada pelo Ministério Público Federal. O PSDB, que sofre o desgaste do envolvimento de líderes do partido como Aécio Neves, nas denúncias de corrupção, quer ficar a uma distância segura do governo federal. Indiferente à queixa, Bonifácio Andrada (foto) garante que não vai entregar a relatoria. Com 87 anos e 10 mandatos, o parlamentar mineiro já deu sinais de que não pretende disputar as eleições no ano que vem.
Provocação
O deputado Rodrigo Pacheco, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, passou a sexta-feira justificando a sua opção pelo nome de Bonifácio Andrada para a relatoria do processo contra o presidente Michel Temer. Ele nega que tenha rompido um acordo entre a base governistas e o PSDB, ao indicar um membro do partido, e disse que a escolha não pode depender de posicionamento de siglas, senão, “amanhã todos vão dizer que não querem”. Para aliados de Temer a escolha foi uma provocação e uma resposta ao PSDB, que parece não querer se comprometer com o governo temendo as críticas.