A presidente Dilma Rousseff sempre teve problema de relacionamento com deputados e senadores. A dificuldade de dialogar, inclusive, levou-a ao processo de impeachment. E justo agora, quando o seu julgamento entra na fase final, ela tem ligado para um por um dos senadores considerados mais amigáveis, na tentativa de reverter o seu afastamento definitivo. O tempo é curto, os argumentos não funcionam e o poder da caneta não está mais nas suas mãos. Dilma não tem mais com que negociar. Um fim melancólico para a petista, que ainda terá muito o que explicar sobre seus atos. Hoje o Senado retoma o julgamento da presidente, em sessão presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. A sessão de hoje dá início à fase de uma nova oitiva de testemunhas – duas da acusação e seis da defesa- trabalho que pode se prolongar por todo o final de semana. Na segunda-feira Dilma vai ao plenário do Senado para fazer, pessoalmente, um discurso em sua defesa. Ela tem sido treinada exaustivamente para o discurso e a sabatina a que será submetida, com perguntas dos senadores. A previsão é que o julgamento se estenda até a quarta-feira, dia 31, muito embora há quem aposte que ele se prolongue até na sexta-feira, 2 de setembro.