Esta será uma segunda-feira de pauta cheia de muitas, e em parte boas, notícias. Mas para o ex presidente Lula, por exemplo, o dia pode não ser muito agradável. É que se inicia a série de depoimentos marcados pelo juiz Sérgio Moro. Hoje fala o empresário Marcos Valério (foto), o operador do mensalão que, cumprindo pena de prisão em Minas, até agora permanece discreto, num silêncio que muitos garantem ser obsequioso, pois teria rendido muitos milhões de reais que Lula teria mandado pagar a ele. Seria, segundo se fala e agora busca-se apurar, dinheiro que o PT devia a Valério e às suas empresas, pela campanha petista de 2006. O depoimento dele é para esclarecer o assunto e servirá para comprovar a conexão entre o mensalão e as fraudes na Petrobras e outras empresas estatais apuradas pelo petrolão. O empresário já manifestou a disposição de contar algumas verdades que não envolvem apenas Lula e petistas, mas muita gente, de muitos partidos. Na agenda da semana do juiz Sérgio Moro também os depoimentos dos empreiteiros, Léo Pinheiro, ex OAS, amanhã, e Marcelo Odebrecht, na quinta-feira. Pelo visto uma semana explosiva. À tarde, talvez enquanto Marcos Valério esteja depondo, a mineira Cármen Lúcia Rocha toma posse como presidente do Supremo Tribunal Federal, substituindo o escorregadio ministro Ricardo Lewandowski que, dizem, deverá antecipar sua aposentadoria, saindo do foco das críticas ao STF pelo desfecho do processo de impeachment de Dilma. Os dilmistas criticam o impeachment e os governistas o fatiamento da pena. Cármen Lúcia é esperança de um STF mais ágil e mais discreto. A pauta de hoje será fechada com a votação na Câmara Federal que poderá cassar o mandato do deputado Eduardo Cunha. A sessão extraordinária está marcada para começar as 19 horas, mas o presidente da Câmara já avisou que só abre a reunião com mais de 420 parlamentares em Plenário para que um quorum baixo não beneficie Cunha. Apesar de muitos assuntos pendentes, esta deverá ser a única reunião importante da semana. É que, como admite o próprio presidente Rodrigo Maia, começa agora o “recesso branco” que vai até depois da eleição de outubro. Ou seja, deputados mantém o salário, mas não trabalham na casa. Vão tentar salvar suas bases.