Uma semana em que tudo pode acontecer

A semana começa com novas expectativas do governo. O adiamento das eleições municipais, no entendimento de algumas lideranças de partidos ligados ao presidente Bolsonaro, abre a perspectiva de destravamento dos trabalhos legislativos. É que livre de compromissos eleitorais em suas bases municipais, os deputados e senadores poderão dedicar mais tempo às atividades parlamentares. Além disto, alguns projetos de interesse do governo são, no entendimento dos parlamentares, “indigestos politicamente” e, por isso mesmo, difíceis de serem defendidos em período eleitoral. O governo vai tentar se aproveitar deste clima para fazer andar propostas já em tramitação e, possivelmente, enviar outras. O ministro Paulo Guedes já anunciou que estão fechadas algumas das chamadas reformas estruturantes, que o governo considera indispensáveis para assegurar a retomada da economia, pois darão segurança jurídica aos investidores e criarão novos parâmetros nas relações trabalhistas, abrindo assim a perspectiva de criação de empregos. A redução das tensões políticas provocadas pelas disputas eleitorais em qualquer nível, vão beneficiar também os governadores. Em Minas, a expectativa do governo é em relação ao encaminhamento da reforma da Previdência dos servidores estaduais que, por decisão dos parlamentares, será fatiada, permanecendo em pauta apenas as normas que dizem respeito a questões previdenciárias. Os outros temas, que dizem respeito a reforma administrativa, foram desmembrados e só voltam à pauta, em forma de projeto, após o recesso parlamentar. É o que se imagina que acontecerá na política nesta semana. Mas não se esqueçam que vivemos num período de instabilidade sanitária e política, em que tudo pode acontecer. Inclusive nada.