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Uma semana que pode definir o futuro de Dilma

Paulo César de Oliveira
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Esta pode ser a semana do desembarque e, com ele, o fim político do governo Dilma (foto). Alguns diretórios estaduais do PMDB, entre eles os de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, todos de peso na estrutura de comando da legenda, já definiram pelo abandono do governo, ou que significa entregar cargos, um ato que sempre causa profunda tristeza em políticos. Nesta segunda-feira é o PMDB de Minas que decide. Dizem que parte quer sair, outra, preocupada com o governador Fernando Pimentel, com quem o PMDB mineiro mantém ótimas relações, quer ficar, até para não perder cargos. De qualquer maneira, a tendência nacional é a de abandonar o barco em vias de ir para o fundo. O pulo dos peemedebistas assusta o Planalto pelo que pode arrastar de legendas menores com ele. Lula, que todos imaginavam mágico, não tem conseguido, até agora, muita coisa em termos de articulações. Não há, pelo menos que se conheça, uma grande vitória dele nas conversações para conter o ímpeto dos partidos em largar o barco, cada dia mais à deriva. No máximo que obteve, até agora, foi um pronunciamento dúbio de Renan Calheiros, de que impeachment sem causa não é impeachment, é outra coisa. Na verdade, um acanhado grito de “não vai ter golpe” de quem, na presidência do Senado, pode vir a ajudar, mas que, neste momento, mais precisa de ajuda do que tem como ajudar. Com nove processos a responder Renan vai, certamente, operar como “biruta” de aeroporto, apontando para o lado em que o vento soprar. Internamente, no PMDB, ajuda pouco. Bem menos do que o execrado Eduardo Cunha, que ainda tem força para comandar parte da tropa contra o governo. Mas recomenda-se prudência aos que acreditam que uma decisão da Executiva Nacional pela ruptura signifique que a legenda abandonará mesmo a presidente e os cargos. Nem o diretório peemedebista, nem de outras legendas, comanda seus filiados. Se for parlamentar, então… Cada um é líder de si mesmo e obedece, não a princípios partidários ou o comando nacional da legenda. Vê, sim, seus interesses regionais e paroquiais. E desobedecer a instrução do comando nacional do partido numa situação assim, nem tão difícil é. Ontem, na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari lembrou que não é o governo que precisa assegurar 171 para barrar o impeachment. É a oposição que tem que encontrar 342 votos para levar o processo adiante. E cada voto em branco ou abstenção conta a favor da presidente, na medida em que dificulta os opositores a alcançarem os votos de que necessitam. E esta é uma ótima saída para os que se coçam para trair seus partidos e apoiar a presidente, em troca de favores nada republicanos. De qualquer maneira, a decisão do PMDB é importante e pode balizar decisões políticas. O que deve ter pouco, ou nenhum efeito prático, é a manifestação que o PT e os movimentos sociais marcaram para quinta-feira em todo o país. Será no 31 de março, dia do golpe militar de 1964. Os petistas querem aproveitar o dia do golpe de 64 para dizer que, em 2016, não terá golpe. Cada dia, falam mais para os politicamente surdos.

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