A pressão do presidente Lula para que os ministros do Centrão saiam em sua defesa e do seu governo não está sendo bem digerida pelos líderes do União Brasil e do PP. As duas legendas foram repreendidas na reunião ministerial e depois o presidente Lula em encontro reservado com ministros do partido, continuou pressionando-os. O União Brasil que pretendia ficar no governo até o final do ano, fala em entregar o ministério do Turismo, ocupado pelo ministro Celso Sabino (foto/reprodução internet). Para o vice-presidente da legenda, ACM Neto, “já passou da hora de a decisão ser tomada”.
Grupo tenta neutralizar pressão por desembarque
O União Brasil encontrou uma forma de neutralizar a pressão da federação União Progressista, recém-oficializada com o PP, para deixar o governo Lula: só renunciará a seus três ministérios quando os progressistas entregarem o comando da Caixa Econômica Federal. Hoje, o banco é presidido por Carlos Antônio Vieira Fernandes, apadrinhado por Arthur Lira (PP-AL), e dificilmente o partido arriscaria contrariar o ex-presidente da Câmara, um dos nomes mais influentes do Centrão, para ceder a vaga. O movimento é visto como um xeque-mate: sem que o PP largue a Caixa, o União mantém sob sua influência as pastas do Turismo, Desenvolvimento Regional e Comunicações, duas delas ligadas diretamente ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Depois de algumas ameaças, a leitura interna é que a ameaça não se concretizará, deixando o partido protegido e ainda com espaço no governo, enquanto o desgaste recai sobre o aliado.