Ontem deveria ter começado a correr o prazo para o presidente Michel Temer apresentar sua defesa na Câmara dos Deputados, na denúncia de corrupção feita pela Procuradoria-Geral da República. A denúncia contra Temer chegou na quinta-feira, 29, na Câmara e o presidente da República tem 10 sessões plenárias para apresentar sua defesa. O prazo começaria a contar nessa sexta-feira se tivesse acontecido a sessão plenária programada para a parte da manhã. Apenas um parlamentar compareceu e, como o quórum mínimo é de 51 presentes, não houve sessão. O único deputado presente foi Celso Jacob (PMDB-RJ). Condenado por falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação para construção, em 2002, de uma creche em Três Rios, no Rio de Janeiro, Jacob (foto) exerce o mandato durante o dia na Câmara e à noite retorna à prisão para dormir. A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado a uma pena de 7 anos e 2 meses de prisão
Troca para fortalecer Temer
Seguindo a estratégia de fortalecimento da base de apoio do presidente na comissão, o PMDB indicou seu vice-líder de bancada, deputado Carlos Marun (MS), para uma das vagas de suplente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado que vai analisar a admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Marun é um dos membros da “tropa de choque” do governo na Câmara. A mudança ocorre após a ida do deputado Valtenir Pereira (MT) para o PSB. Valtenir era do PMDB e a bancada reivindicou a vaga na comissão. A movimentação acontece em momento em que o governo tenta interferir na escolha do relator da denúncia. Ao mesmo tempo, os governistas trabalham para garantir que a maioria dos 66 membros da comissão vote contra o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).