O governo insiste em reacender a retórica do confronto de classes como se fosse panaceia para a erosão de sua popularidade. Mas a fórmula – rica em calor retórico e pobre em resultados – já se revelou exaustivamente ineficaz. O presidente Lula e o ministro Fernando Haddad afinaram o discurso, evocando “justiça social” diante da reação à queda de decretos sobre o IOF, mas a reação veio previsível: oposição aponta oportunismo e apela ao desgaste do “Lulismo 3”. O presidente da Câmara, Hugo Motta vê esse gesto como um enfrentamento claro e que só fará o Congresso querer dobrar a aposta nos embates com o Palácio do Planalto. Para o senador Rogério Marinho (foto/reprodução internet), o governo, sem sustentação fiscal ou base política, se agarra ao velho espantalho do “nós contra eles”, na esperança de encobrir impasses reais com palavras de ordem. Mas a plateia, mais atenta, já não aplaude como antes.