A vitória de Rodrigo Paz (foto/reprodução internet), na Bolívia, encerra quase duas décadas de hegemonia do Movimento ao Socialismo (MAS) e marca o crescimento da centro-direita na América do Sul. Com 54,5% dos votos, o novo presidente herda um país exaurido: déficit fiscal acima de 5% do PIB, colapso na produção de gás e 70% da força de trabalho na informalidade. Paz promete estabilidade e reformas liberais sem desmontar políticas sociais, um equilíbrio difícil em um país de ruas combativas e sindicatos poderosos. Se conseguir atravessar a tormenta econômica, será símbolo de uma virada regional. Se fracassar, será apenas mais um capítulo do cansaço com a velha esquerda. A contradição está posta: Paz promete “capitalismo para todos”, mantendo programas sociais ao mesmo tempo em que propõe reformas liberais. Quem esperava continuidade incondicional da esquerda verá que o modelo boliviano vai experimentar ajustes e possivelmente reações intensas nas ruas.













