Entramos na segunda quinzena de maio. Falta menos de cinco meses para a disputa e o que se vê são candidatos sem discursos, a maioria até sem parceiros na chapa, partidos desunidos e mesmo uma Justiça Eleitoral acuada, combatendo para realizar as eleições dentro das regras vigentes e que insistem em modificar, apenas para manter agitado os apoiadores desvairados. O quadro é realmente preocupante. Mostra a desordem política no país e a ausência de líderes reais, compromissados com a democracia, além de uma parcela – e não se sabe qual seu tamanho- das Forças Armadas medida em armações e sustos no regime democrático. Até quando vamos levar esta farsa? Até quando o país vai suportar este jogo político que visa apenas chegar ao Poder para nele se perpetuar com todos os tipos de manobra. Uma eleição precisa ser momento de debates de ideias, apresentação de propostas para solução de nossas crises. É momento de ouvir o povo e fazer com que ele se comprometa com um projeto, não com sonhos de obtenção de vantagens pessoais ou para grupos. Campanha eleitoral não pode ser momento de promessas isoladas, de construção de uma estrada, um posto de saúde, uma escola, uma avenida. Não podemos eleger alguém apenas por ele ter prometido uma obra, um jogo de camisa para o time de nossa predileção. É preciso dar um basta no voto que compra favores ou, ainda pior, compra promessas que não são cumpridas e, sem qualquer constrangimento, são repetidas nas eleições seguintes. No ritmo de estamos caminhando, não será nesta eleição que o país fará a grande virada. Os políticos não querem mudar e o povo ainda não se conscientizou de que está nas suas mãos, no seu voto, a força que pode mudar os rumos do país. (Foto reprodução internet)