O governador eleito Romeu Zema (foto) defendeu ontem maior rigor com os governantes que descumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele falou até mesmo em cassação daqueles que não cumprirem a lei, provocando o agravamento da crise financeira no país e nos estados. Zema endureceu o discurso contra o desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal depois de receber, na sede da Fiemg, um documento com a análise detalhada da situação fiscal de Minas, levantamento realizado por técnicos da entidade e por técnicos coordenados por Gil Castelo Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas. O documento apresenta um quadro fiscal grave no Estado e aponta a antecipação de receitas de 2019 e a chamada “contabilidade criativa”, que mascara a real situação financeira, como os dois maiores problemas que o próximo governo terá que enfrentar. O documento aponta ainda a reforma Previdenciária como essencial para ajuste das contas.
Aumento salarial fora de cogitações
O governado eleito garantiu que a sua disposição é enfrentar estas dificuldades de forma real, impondo os sacrifícios que forem necessários para corrigir a crise financeira e recolocar Minas no caminho do desenvolvimento. Uma de suas armas será a adesão ao Plano de Recuperação Fiscal, que permitirá ao Estado renegociar sua dívida com a União, o que deve aliviar as finanças do governo. Ele admite que enquanto estas providências estiverem sendo encaminhadas, a tendência é da crise financeira do Estado se agravar. “Acredito que não virá qualquer alívio imediato. Ao contrário, a situação deve se agravar no primeiro trimestre do ano que vem”. Zema até mandou um recado para o funcionalismo que cobra salário em dia, e até reajuste, ameaçando greve. “Quem falar em greve para reivindicação de melhoria salarial neste momento está fora da realidade”. Para ele, a manutenção dos salários, mesmo com algum atraso, já será uma vitória. O governador, mesmo reconhecendo a gravidade da situação financeira de Minas – ele culpa o atual governo de agravá-la por não ter enfrentado o quadro com as providências necessária- mostra-se otimista com a retomada do crescimento econômico. Ele aposta na política econômica do governo Bolsonaro e nas medidas que pretende adotar em Minas, como formas de impulsionar o crescimento. Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, a retomada de investimentos pode ocorrer mais rapidamente do que se imagina, caso sejam tomadas algumas medidas. Entre elas, aponta a agilização das licenças ambientais para a instalação de empreendimentos, como a com maior capacidade de resposta rápida.