O secretário de Estado da Fazenda, Gustavo Barbosa, acredita que o déficit fiscal de Minas pode chegar a R$ 20 bilhões se a crise do coronavírus continuar pelos próximos meses. Só a arrecadação do ICMS teve uma queda de 20% em abril. Segundo Barbosa, a situação, que era grave, piorou durante o coronavírus, uma vez que o Estado depende do ICMS, e só no mês passado essa receita caiu 20%. O governador Romeu Zema (Novo) também disse que, devido à situação, não pode garantir o pagamento integral do salário dos servidores do Estado. Zema (foto) ainda pediu compreensão e apoio dos demais Poderes para encontrar soluções que garantam os investimentos necessários na área da Saúde para o enfrentamento à covid-19, além do funcionamento da máquina e a manutenção dos serviços públicos. “Não temos condições de continuar pagando as obrigações do Estado, mesmo as mais relevantes. Não haverá recurso para pagar a folha do Executivo e o repasse aos Poderes”.
Demais poderes ficam para depois
O governador Romeu Zema, diante da falta de recursos no caixa do estado, disse que “nossas prioridades foram fixadas da seguinte forma: primeiro, recursos para o combate à pandemia, pois nós não vamos brincar com vidas humanas. Depois com o pagamento dos profissionais que estão na linha de frente, da Saúde e da Segurança. E, posteriormente, o pagamento de todos os outros servidores do Poder Executivo”, afirmou o governador. A queda na arrecadação de ICMS, em abril, foi de R$ 1,2 bilhão. A expectativa é de que, em maio, a diminuição da receita seja de R$ 2,2 bilhões, afetando ainda mais o déficit fiscal do Estado. Ele aguarda a ajuda do governo federal, mas lembra que “ela representa uma fração da nossa perda e não vai equacionar o nosso problema. Consequentemente, não teremos condição de continuar pagando as obrigações do Estado, mesmo as mais relevantes”.