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Enfim Dilma agrada a maioria

Paulo César de Oliveira
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A presidente Dilma (foto) conseguiu ontem, com seu discurso na ONU, aquilo que não tinha conseguido fazer como presidente da República: agradar a maioria. Ao contrário do que se esperava, e se temia, seu discurso durante a solenidade de assinatura do Acordo de Paris sobre a Mudança do Clima, com a presença de representantes de mais de 150, foi simples e comedido, sem críticas diretas ao processo de seu impeachment que poderiam arranhar a imagem do país. De tão moderada, a fala da presidente foi vista como “perfeita” pelos deputados José Carlos Aleluia, do DEM da Bahia, e Luiz Lauro Filho, do PSB de São Paulo, enviados pela Câmara dos Deputados à reunião como observadores do parlamento. Aleluia chegou a dizer que a presença de oposicionistas inibiu a presidente de fazer as críticas que pretendia. Até o deputado Ronaldo Caiado, que depois de Eduardo Cunha é o mais ferrenho adversário da presidente, considerou o tom do discurso “adequado”. Para a maioria dos petistas, que temiam pela contundência da fala presidencial, respirou aliviada com o discurso. Os petistas mais renitentes, no entanto se frustraram. Esperavam mais de Dilma na fala “contra o golpe”, forma que escolheram para chamar o impeachment. Para o deputado federal mineiro Reginaldo Lopes, por exemplo, a presidente perdeu uma grande oportunidade na sua fala. Para o parlamentar, Dilma foi muito tímida na denúncia. Uma denúncia que quase passa despercebida pois surgiu apenas no último parágrafo de um discurso de aproximadamente cinco minutos, que abordou a questão climática, com promessas de cumprimento de metas que nunca são atingidas. No final de seu discurso em Nova York, Dilma afirmou que não poderia terminar sua mensagem sem citar o “grave momento” que o Brasil vive. Sem citar o impeachment que corre no Congresso Nacional, a presidente disse que o povo brasileiro é “trabalhador e tem grande apreço pela liberdade” e vai saber “impedir qualquer retrocesso na democracia”. A presidente disse ainda que “O Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia”. Acabou ficando de bom também na visão do vice-presidente Michel Temer.

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