Acelerar sem atropelar. O Brasil não aguenta esperar

Quanto tempo ainda o Brasil terá que esperar até que se saiba se a presidente Dilma perderá, ou não, seu mandato. Haverá ou não o impeachment da presidente? Na prática nem Lula, nem o PT, nem a oposição e nem mesmo a presidente acreditam numa reviravolta do processo. Mas há sempre um “e se” que é o suficiente para provocar a desconfiança do mercado. Um governo interino, por mais que se confie que ele se tornará definitivo, é sempre um interino. O presidente que está no cargo está investido de todos os poderes, mas, queiramos ou não, vive uma situação precária. É isto que incomoda e é esta a situação que todos nós queremos resolver o mais rapidamente quanto for legalmente possível. Não se cobra atropelamentos de direitos, não se deseja cercear a liberdade de defesa do acusado. Mas é inadmissível que o amplo direito de defesa se transforme no amplo direito de postergação, de se “empurrar com a barriga” um processo que precisa de uma solução rápida, seja lá qual for. Vamos iniciar agora a fase de coleta de provas, de análises de documentos de apresentação de defesa e de questionamentos mil, com o único objetivo de atrasar o andamento do processo, esticando a corda até seu limite. E até quando o país aguenta? Esta é a questão. O governo vai ficar engessado enquanto correrem juntos no Congresso as discussões em torno do impeachment e das reformas. São assuntos de altíssima combustão que pode não apenas travar, mas inviabilizar o governo Temer. Alguns podem até gostar disto, mas a maioria certamente repudia má fé e abuso de firulas jurídicas na evolução do processo. Considerando que daqui para a frente a discussão do impedimento passa a ser comandada pelo ministro Ricardo Lewandowski (foto), não são boas as previsões quanto a sua finalização. O ministro, certamente, colocará o pé no freio, com cuidados excessivos com a forma. Se depender dele, não tenham dúvidas, ainda teremos que esperar muito. Com muito sofrimento.