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Mercedes fala em crescimento de vendas, mas admite prejuízo também em 2017

Paulo César de Oliveira
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A Mercedes-Benz espera que as vendas de caminhões novos e ônibus, no Brasil, cresçam de 6 a 10% neste ano, mas a operação da unidade brasileira da Daimler pode sofrer novo prejuízo anual. “Ano passado não deu e provavelmente não vai dar neste ano”, disse o vice-presidente de vendas de veículos comerciais da maior fabricante de caminhões e ônibus do país, Roberto Leoncini (foto). “Quando você tem custos de 2016, preços de 2009 e volumes de 20 anos atrás a conta não fecha”, disse o executivo. “Se a economia recuperasse mais rapidamente, eu seria mais otimista para 2017, já que esses 10% era algo que tem que acontecer de qualquer jeito”, acrescentou. Em 2016, o mercado brasileiro de caminhões registrou vendas de 47 mil unidades novas, ante 67,9 mil em 2015 e 133 mil em 2014, segundo dados da montadora alemã. A Mercedes-Benz vendeu 13,9 mil caminhões novos no Brasil no ano passado, ou 29,6% do mercado, ante 26,7% em 2015.

 

Ociosidade elevada no setor

A filial brasileira da Daimler tem ampliado esforços em novas frentes geradoras de receita para contornar a crise do mercado interno, que fez o setor encerrar 2016 com ociosidade acima de 70%, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea. Apenas a Mercedes-Benz tem capacidade de produção de 80 mil caminhões e ônibus em sua fábrica em São Bernardo do Campo, que fechou 2016 com 50 por cento de ocupação, disse o executivo. Segundo Leoncini, a empresa tem apostado no crescimento de exportações e também na comercialização de veículos usados, que facilita a venda de caminhões novos pelo grupo. Em 2016, a Mercedes-Benz exportou 6.382 caminhões, dos quais 4.800 para a Argentina, maior mercado de veículos do Brasil. O volume representa crescimento de cerca de 39 por cento ante 2015, disse o executivo. Ele, porém, evitou comentar expectativas específicas para exportações de caminhões em 2017. “Vai crescer o volume exportado, mas são muitos fatores que podem influenciar o número”, disse Leoncini, acrescentando que a empresa deve ter uma previsão em fevereiro.

 

Ajudando a vender o velho

No segmento de caminhões usados, a Mercedes-Benz deve abrir em 2017 sua terceira loja no país, no Paraná, em um modelo de negócios que começou na América Latina pelo Brasil em 2013 com caminhões da marca e de rivais. Além disso, um novo ponto deve ser inaugurado na região nordeste entre este ano e 2018 e a companhia vai estudar abertura no centro-oeste. A Mercedes-Benz vendeu no ano passado 850 caminhões usados.”Este ano creio que vai ter muita troca (de caminhão usado por novo)”, disse Leoncini. “O Brasil hoje é um jogo de palitinho. Se puxar um errado … não dá tempo de reconstruir de volta”, afirmou o executivo.

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