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Fernando Haddad diz em BH que Temer quer evitar desgaste para candidato governista em 2018

Paulo César de Oliveira
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O PT e seu complexo de perseguição. A oposição sistemática ao presidente Michel Temer não tem sido suficiente para acalmar os ânimos dos petistas. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, acredita que Temer quer aprovar as reformas trabalhista e da Previdência “a toque de caixa” para não ter que carregar o ônus das medidas para o candidato governista nas eleições de 2018. Para Haddad, que é uma das opções do PT para as eleições do ano que vem, a tática do Temer é a de sofrer o desgaste agora para que o “candidato possa entrar de cara lavada na eleição dizendo: olha, isso aí foi necessário, porque estava um descalabro. No passado teve essa briga com o PT, o PSDB, PMDB, mas agora é olhar para frente”. Haddad (foto) disse que consegue imaginar esse discurso. Ele foi um dos palestrantes do 55º Congresso da UNE, que acontece em Belo Horizonte.

 

Ciro usa encontro da UNE como palanque para atacar Temer

Também convidado da UNE, o pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) chamou o presidente Michel Temer (PMDB) de “grande canalha”. Embora tenha defendido que a juventude precisa “esquentar os protestos nas ruas”, Ciro avaliou como “muito improvável” a possibilidade de Temer não concluir o seu mandato. “Ele hoje representa organicamente o centro do poder real no Brasil e ele está fazendo o que pode e o que não pode. Se for verdade, por exemplo, as informações últimas – e são verdadeiras, porque eu o conheço e ele não tem escrúpulos de nenhuma natureza, ele é um grande canalha, e isso eu conheço há muitos anos –, ele está espionando ministro do Supremo com a Abin, está usando a inteligência pública para bisbilhotar a vida de adversários, está perseguindo adversários”, disparou o pedetista. “Ele não tem limite, nem escrúpulo, e isso está funcionando, porque ele sabe a massa de manobra que ele trata”.

 

Lula também entra na linha de tiro

O pré-candidato pedetista defendeu um trabalho conjunto das forças populares para derrubar Temer: “A hora é de discutir uma alternativa de projeto para o país. Deixemos para nos dividir, se for o caso, em julho do ano que vem”. Ciro ainda criticou uma possível candidatura do ex-presidente Lula (PT) em 2018: “Tenho dito a ele que ele desserve ao Brasil e à sua própria biografia se não ajudar a construir uma passagem para um novo projeto, porque na hora que ele entrar, o Brasil se divide numa reflexão odienta e apaixonada por um lado e outro ao redor dele”. O pedetista ressaltou ainda que quem colocou Temer na linha de sucessão foi o próprio Lula, que também “impôs” à ex-presidente Dilma, uma “pessoa sem experiência que acabou se vulnerando a esse golpe”: “Ele ficou tão poderoso e tão dono da verdade que não ouviu mais ninguém”.

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