O ministro Luiz Edson Fachin (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), adiou o depoimento do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que estava marcado pela Polícia Federal para a próxima terça-feira. O adiamento foi atendendo a um pedido do próprio deputado. O depoimento é em um inquérito aberto após as delações de ex-executivos da construtora Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Não há nova data por enquanto. Segundo delatores, Maia e outros parlamentares receberam dinheiro para atuar a favor da empresa em uma Medida Provisória de 2013 sobre incentivos tributários a produtores de etanol e à indústria química. Assim que as delações se tornaram públicas, Rodrigo Maia afirmou que confia na Justiça e confiará sempre. O presidente da Câmara também declarou à época que as citações de delatores são falsas e os inquéritos, na avaliação dele, serão arquivados. São investigados no mesmo inquérito o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE). Todos negam ter cometido irregularidades. Além do adiamento do depoimento, Maia também pediu ao STF para ser investigado sozinho no inquérito.
Inquérito pode sair da Lava Jato
Na decisão, o ministro Edson Fachin informou já ter pedido à Procuradoria Geral da República manifestação sobre se o caso deve continuar ou não na Lava Jato, ou seja, se há ou não relação com desvios na Petrobras. Se não houver conexão, o caso deverá sair das mãos de Fachin e haverá sorteio de um novo relator. Por isso, Fachin considerou, por cautela, suspender o depoimento, uma vez que, se mudar de relator, caberá a ele avaliar o pedido para ser investigado sozinho e sobre a continuidade das investigações. O ministro também destacou que, como pediu para a Polícia Federal remeter o inquérito para que seja definida a questão da relatoria e como está vencido o prazo concedido para a investigação, não seria adequado a coleta do depoimento neste momento. Com informações do G1.