Esta não é ainda uma semana de grandes decisões mas, certamente, será de muitas conversas, arranjos e – porque não? – traições. A mudança de posicionamento do senador Anastasia, que de irredutível não candidato passou a ser um candidato com discurso pronto, alterou todo o quadro eleitoral em Minas, inclusive as proporcionais e a disputa para o Senado, com forte reflexo na sucessão presidencial. O maior beneficiária da candidatura Anastasia é, sem dúvida, a candidatura Alckmin que ganhou um palanque em Minas, o segundo Colégio Eleitoral do país. Alckmin foi um dos que mais pressionaram o senador mineiro a aceitar entrar na disputa. O sim porém, tem uma quase retribuição aos deputados de sua antiga base, que foram extremamente leais durante seus dois mandatos de governador e que também se empenharam firmemente em sua campanha ao Senado. E cobraram isto. No dia cinco passado, quando Alckmin participou do Conexão Empresarial e conversou com Anastasia, lideranças “tucanas”, entre elas o presidente do diretório regional mineiro, Domingos Sávio, deixaram claro que era um dever dele aceitar. “É uma decisão de grupo”, afirmava Sávio. Mas que grupo? Anastasia (foto) não tem apenas o PSDB. Tem seguidores e apoiadores em diversas legendas. Sua participação na eleição está desarticulando muitas pré candidaturas que já tinham avançado, inclusive com o seu apoio. A mais notória delas é a do deputado Rodrigo Pacheco que hoje assina ficha do DEM, na presença de Rodrigo Maia, candidato do Democrata à Presidência da República, e de ACM Neto, presidente nacional da legenda. Como prêmio pela filiação e pré candidatura. Pacheco ganhou o comando do DEM regional, uma poderosa arma para facilitar suas composições. O deputado tem agora que decidir seu futuro político e o futuro da candidatura Maia, que pode ficar sem palanque em Minas. Isto se não ocorrer uma grande composição que o coloque como vice de Anastasia e Maia vice de Alckmin.