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Urna eletrônica não é totalmente segura

Paulo César de Oliveira
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A urna eletrônica foi usada pela primeira vez nas eleições no Brasil em 1996, implantada pelo então presidente do TSE, ministro Carlos Veloso. O modelo brasileiro foi observado em vários países, passou por inovações até chegar ao modelo de hoje. Mas muitos ainda têm dúvida sobre a segurança do voto eletrônico. Na última eleição presidencial o PSDB chegou a falar em fraude. O presidente da Sucesu e um dos fundadores do Clube da Permuta, Leonardo Bortoletto (foto), entende que falar em 100% de segurança em um ambiente digital é coisa de quem não conhece o assunto ou age de má fé. Ele pondera, no entanto, que são tomados todos os cuidado para evitar que o sistema seja violado.

 

A segurança das urnas eletrônicas tem sido questionada. Qual a sua avaliação?

Quem fala em 100% de segurança em ambiente digital, ou não entende do assunto, ou está agindo de má fé. O processo da urna eletrônica para a elaboração do código no qual eles fazem a distribuição minimiza, e muito, o risco de invasão. A urna não fica conectada à internet, ela passa essa informação só depois, e há vários atributos, várias maneiras criadas dentro desse procedimento para evitar problemas. De maneira técnica, não existe nenhum sistema inviolável e nenhum processo 100% seguro. A urna eletrônica é um avanço para apuração e, também, para democratização e envio dessas informações a tantos lugares remotos, como acontece hoje no Brasil. Mas é algo que deve ser olhado sempre com atenção, porque não existe 100% de segurança.

 

Isso quer dizer que nas eleições passadas pode ter ocorrido fraude, como denunciaram alguns candidatos?

Com certeza absoluta, não dá para falar em 100% de segurança em absolutamente nada envolvendo informação em tecnologia em tempos de internet, e onde todo mundo tem interesse, como tentar fazer qualquer tipo de invasão e de adulteração de informação. Não existe também, e é bom deixar isso claro, nenhum indício de fraude a urna eletrônica. No campo de ser remota essa possibilidade, ela só se torna fato a partir do momento em que há indício forte desse tipo de problema. E não tem.

 

O pouco tempo em que a urna fica exposta dificulta a invasão?

Não só dificulta, como é o procedimento mais correto para poder ser feito. É impossível deixa-la totalmente invulnerável, totalmente inviolável. É esse o ponto de atenção, mas também existem contra ações. Existem contra ações de hackers para monitorar se há tentativa de violação. Não há indícios e não havendo esse tipo de indícios, não tem porque prejulgar e dizer que existem problemas. Isso não quer dizer que não tenhamos de prestar a atenção, nós temos que ficar atentos à possibilidade de invasão.

 

É possível fraudar várias urnas ou teria que ser uma a uma?

Quando se procura problema em invasão unitária, não se altera o resultado do pleito. Quando, na totalização, da informação dos servidores ao TSE, aí sim, há um perigo muito grande, a não ser que se fizesse um processo anterior à disponibilidade dos programas individualizados dentro de cada urna, ou seja, adultera-se o programa original e o programa original vai adulterado para todas as urnas. Mas tem que se ter uma engenhosidade muito grande para se obter um resultado expressivo no pleito. O processo, dentro do que a segurança e a tecnologia permitem, é seguro. O que não quer dizer que ele é inviolável.

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