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Estelionato eleitoral

Paulo César de Oliveira
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A proposta de Ciro Gomes, que disputa a presidência pelo PDT, de tirar o nome das pessoas do SPC é considerado pelo presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, como “estelionato eleitoral”. Para o empresário isso é má fé e um incentivo ao calote. Além disso, Roscoe (foto) acredita que “o brasileiro não é picareta, ele gosta de pagar suas dívidas.”

 

Mais envolvimento com os temas de interesse do país

O processo de desindustrialização e o enfraquecimento do debate com o setor produtivo tem boa parcela de culpa dos empresários, segundo Flávio Roscoe. Ele defende um maior envolvimento dos empresários na discussão dos problemas do país e na defesa de algumas bandeiras, como a de um estado mínimo.  Ainda reclama de candidatos que estão com pautas equivocadas, como a de se rever a reforma trabalhista, como defendem alguns. Como presidente de uma entidade, ele não pretende defender nenhum partido político, mas entende que é preciso estimular e divulgar as boas ideias. Roscoe questiona a falta de proposta dos candidatos e de como eles estão ignorando temas importantes como a reforma da Previdência. 

 

Desconfiança dos empresários aumenta

Os empresários estão mais desconfiados e insatisfeitos com os rumos da economia brasileira, como foi constatado no Índice de Confiança do Empresário Industrial, ICEI, divulgado ontem pela Fiemg. Foi registrado um recuo de 1,1 ponto frente a agosto, registrando 49,6 pontos em setembro. O índice abaixo de 50 pontos indica falta de confiança. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 5,4 pontos e 2,0 pontos abaixo da sua média histórica de 51,6 pontos. Essa desconfiança deverá afetar o desempenho do setor nas festas de final de ano.  As encomendas para o final de ano ainda não começaram, mas as expectativas dos empresários vão diminuindo, à medida que o processo eleitoral avança e afunilam as candidaturas.

 

Preocupação com o frete

Flávio Roscoe não esconde sua irritação com a tabela do frete que o governo está tentando impor ao setor produtivo. Ele até reconhece que o governo atendeu a reivindicação dos grevistas “com a faca no pescoço”, mas adverte que os reflexos deste tabelamento serão ruins para o setor produtivo e também para os caminhoneiros. Ele considera que o aumento da produção de caminhões no país, que está levando a Mercedes Benz, em Juiz de Fora, a ampliar seu quadro de funcionários, é uma consequência de nova realidade que surgirá no setor de transportes. “As empresas vão passar a usar frota própria. Perdem os caminhoneiros, mas perde também a economia brasileira pois isto vai procurar um aumento de custos na produção. A indústria produz bens, mas não sabe operar transportes. De início teremos aumento de 50% nos custos. É que os veículos da frota própria viajam levando mercadoria e vão voltar transportando ar. Este é um exemplo do desastre que é a interferência do Estado na economia”

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