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O país precisa decidir a prorrogação das eleições 

Paulo César de Oliveira
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A crise do coronavírus que estamos vivendo, segundo os mais entendidos não deve ser superada antes de agosto. Provavelmente, ainda no mês de julho a situação permanecerá grave. Se estiverem certas as previsões, o que convenhamos, não tem ocorrido com frequência, acredito que dificilmente haverá clima para as eleições municipais de outubro. No sábado, o ministro Luís Roberto Barroso – um dos mais corretos nomes do Judiciário, segundo o ex-presidente do TSE, Carlos Mário Veloso – que estará na presidência do TSE em outubro, disse que as eleições devem ser adiadas para novembro ou dezembro. Eu e muitos outros, como o deputado Alencar da Silveira, entendemos que esta não é a melhor solução, pois corremos o risco de, mesmo assim, estarmos sem condições de realizar o pleito. É que uma campanha eleitoral demanda tempo, isto sem falarmos no respeito aos prazos da legislação eleitoral e no atendimento da logística exigida para a votação. A prorrogação dos mandatos municipais para 2.022 para que então tenhamos, enfim as eleições gerais, nos parece a solução mais lógica e até mesmo democrática. A realização de eleições gerais é uma proposta antiga, que nunca foi tratada com a devida seriedade. Eleições a cada dois anos, na minha opinião, é um absurdo. O país fica paralisado com as disputas, seja pelo envolvimento de seus políticos nas campanhas, seja pela incerteza que as disputas provocam na sociedade. Isto sem falar no alto custo das campanhas, financiadas com recursos públicos, que, neste momento em especial, precisam ser destinados ao combate às crises, sanitária e econômica, provocadas pela covid-19. Esta questão precisa entrar na pauta do debate político brasileiro, assim como outros temas que estão sendo postergados, em função da pandemia. Vamos esperar chegar agosto, quando estaremos a dois meses das eleições, segundo o calendário, para começarmos a tratar o assunto na profundidade que ele merece? É assim que o país pretende transmitir ao mundo uma imagem de estabilidade política? Acordem para o novo mundo que virá pós pandemia.

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