Se o Brasil não fizer testes em massa para deter o avanço da covid-19, nos próximos dois a três meses as mortes poderão chegar a 180 mil. É o que diz a comunidade científica da Universidade de Washington (EUA). Podemos contestar esta afirmativa? Creio que não, pois, lamentavelmente, o Brasil está sem ministro da Saúde há quase três meses e não se vê nenhum movimento da comunidade científica nacional pela mudança do sistema de enfrentamento da doença. Desde o início da pandemia só se fala em distanciamento e isolamento social, higiene pessoal, uso de máscara, mas nada de um sistema realmente eficaz de combate ao avanço do vírus, com uma ação centralizada. De quebra, um STF afoito entregou, de bandeja, aos prefeitos e governadores, o protagonismo do combate à pandemia. A Suprema Corte partiu do princípio de que o povo é gado e assim estimulou a imunidade do rebanho. Estão todos perdidos, esperando a vacina. E se ela demorar ou não vingar com a eficácia necessária? Vai-se esperar a contaminação chegar ao ápice para depois desaparecer naturalmente?