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Ventos contrários

Paulo César de Oliveira
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Tereza Cristina (foto) foi uma excelente ministra da Agricultura: hábil na política, dedicada e agrônoma competente. Marcou sua gestão pelo profissionalismo, poucas polêmicas e bons resultados. Ela também contou com a sorte das circunstâncias. Após o ciclo favorável das commodities, verificado na 1ª década deste século, o mercado agrícola global voltou a se aquecer fortemente depois de 2018. Entre os fatores estava a peste suína africana, que dizimou metade do rebanho de porcos da China, afetando toda a Ásia. Logo depois chegou a pandemia de covid-19, afetando a logística de suprimentos. Países viram crescer a insegurança alimentar de seus povos. Nesse momento, mostrando-se capaz, graças à modernização tecnológica, o agro nacional passou a ser definitivamente comprado no exterior. Com a progressiva desvalorização da moeda, as exportações asseguraram excelente remuneração ao agronegócio. As safras não pararam de crescer. E o tempo ajudou. O agro segurou a economia brasileira.

Outros ventos 

Tudo indica, porém, que os bons ventos se foram. Começa pela seca. Os custos de produção estouraram no campo. Não apenas devido às restrições na oferta de fertilizantes causadas pela guerra, mas da elevação de preço dos insumos em geral, incluindo óleo diesel. Para arredondar a conta, o plantio da nova safra, a partir de setembro, vai custar 100% a mais. Com a recente queda do dólar, a remuneração das exportações em moeda nacional, por decorrência também cai. Visto o mercado interno deprimido pelo baixo crescimento da economia, os preços agrícolas tendem a ser rebaixados. Haverá perda de rentabilidade no agro. Tereza Cristina saiu na hora certa e deixou o pepino para seu sucessor Marcos Montes. (Foto reprodução internet)

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