No seu segundo mandato, o governador Romeu Zema (foto) terá que continuar com o esforço para equilibrar as contas do Estado, que gasta mais do que arrecada. Uma das expectativas do governador é a de contar com um legislativo estadual mais afinado com a sua administração para aprovar as medidas, que considera como essenciais para avançar nas mudanças e investir onde é necessário.
A adesão ao Regime de Recuperação Fiscal foi um tema eleitoral. O servidor tem o que temer?
O servidor terá motivos para se preocupar é se o Estado não tiver recursos, como aconteceu na gestão PT / Pimentel, que começou a atrasar salários, a não pagar os fornecedores do IPSEMG, a não pagar os prestadores de serviços, do Instituto de Previdência do Servidor Militar e assim por diante. Quando o estado, em vez de ter 5 anos para pagar a dívida atrasada, vai ter 30, o que é que isso significa? Isso significa que em vez de pagar R$ 10 bilhões por ano, que é um número aproximado que nós teríamos de pagar, nós vamos ter de pagar R$ 2 bilhões, vai ter uma diferença aí de R$ 8, bilhões. São esses 8 bilhões que vão permitir que o salário continue em dia, que haja recomposição salarial, que haja investimentos em estradas e não contrário, como alguns advogam. Graças a Deus a eleição passou e essa questão do Regime de Recuperação Fiscal foi muito mostrada, divulgada com informações totalmente tendenciosas e eleitoreiras. Espero que agora a verdade venha à tona, porque o que acontece é que ele só beneficia. Como eu vou aumentar salário se eu não tenho recurso? Com o regime de recuperação fiscal eu vou ter recurso. Como que eu vou fazer concurso se eu não tenho recurso? Antes de fazer as coisas você precisa ter recurso e eu só tenho recurso se reduzir esse pagamento anual da dívida e do serviço da mesma, que hoje está em R$ 10 bilhões por ano.
O senhor espera um relacionamento diferente com a Assembleia legislativa?
Nós teremos um ciclo muito diferente do primeiro governo. A nossa segunda gestão terá um apoio muito maior, há quatro anos eu estava encerrando a minha campanha, sendo eleito sem nenhuma coligação, sem nenhuma aliança com outros partidos. Uma situação muito diferente desta agora, em que nós já elegemos aí dezenas de deputados que estarão trabalhando do nosso lado.
O orçamento do Estado para 2023 apresenta um déficit muito alto. Quais são as prioridades para os próximos quatro anos?
Essa peça orçamentaria que foi enviada para a Assembleia Legislativa prevê̂ o pagamento integral da dívida e do serviço da dívida junto ao governo federal, que é um valor muito expressivo. Vale salientar que nós temos hoje já, via judicial, a adesão ao regime de recuperação fiscal. Então, nós teremos, na conclusão deste procedimento, um valor muito menor do que esse que está previsto. Mas, como somos obrigados a enviar na situação em que nós estamos, porque ainda não foi formalizada essa adesão, aparece esse déficit. Temos também a questão do combustível, com a redução do ICMS, que acabou afetando a arrecadação, apesar de tudo apontar que esse corte pode durar somente até o final do ano. É outro ponto que não está 100% espelhado, mas você sempre tem que ser conservador. Nós temos feito um esforço gigantesco para reduzir despesas dentro do Estado e posso afirmar, com toda a certeza, que hoje a nossa dívida é totalmente administrável, diferentemente do que era no passado, em que tinha atraso no pagamento de salário, de 13º, de fornecedores que não vendiam para Minas Gerais porque não sabiam se iriam ou não receber. Isso é passado.
A situação foi equacionada?
Nós ainda temos uma situação financeira difícil, uma dívida grande, mas que está sob controle nesse momento. Vamos continuar melhorando a situação do Estado dentro do possível e para que essa situação, no futuro breve, venha a ser 100% equacionada. (Foto reprodução internet)