Esvaziamento no legislativo

Com tanto a ser feito e vamos nós iniciando mais uma semana de calça curta que antecede outra semana de calça curta. O país inteiro sente os efeitos de um feriado, especialmente se ele cai numa sexta-feira ou pior, numa segunda-feira. E os próximos feriados serão assim. Tiradentes, 21 de abril, numa sexta, Trabalho, primeiro de maio, em uma segunda. Serão duas semanas seguidas preguiçosas e na política, inúteis. Já falamos sobre isso aqui, mas é preciso lembrar, até para que haja as cobranças, que um feriado provoca o esvaziamento dos plenários legislativos. É que, alegam os parlamentares, é preciso aproveitar estes dias para “visitar as bases”, aproveitando que não necessitarão de viajar para participarem de reuniões plenárias. Enquanto visitam as bases, deixam de encaminhar projetos importantes, como o do novo arcabouço fiscal – um novo conjunto de regras que vai determinar as medidas de controle de gastos, em substituição ao teto de gastos – que terá reflexos profundos na economia e na política social do país. É bem verdade que longe dos plenários e de seus companheiros, deixam de radicalizar seus discursos, reduzindo a tensão política no país. Mas não é só o Legislativo que reduz suas atividades. O Executivo também entra no ritmo da preguiça, adiando suas decisões, como a escolha do nome do novo ministro do STF, na vaga de Ricardo Lewandowski que antecipou sua aposentadoria. Em relação ao Executivo há outro agravante: viagem de Lula a Portugal e Espanha que vai começar na sexta-feira, prolongando-se até a quarta-feira, dia 26 de abril. Quando retornar, já estaremos sob a influência do feriado do trabalho. E assim vamos levando. (Foto/reprodução internet)